19 outubro 2010

COMEMORANDO 10 ANOS

Iniciamos hoje a publicação do Relato das comemorações de 10 anos, na visão do Cláudio. Outros relatos serão bem acolhidos e publicados na sequência, mostrando a impressão particular dos participantes.


Vale dos Vinhedos


(15 a 17/out/2010)


Há 1 ano, quando se começou a planejar as comemorações do primeiro decênio da Confraria Amigos da Panela, os projetos foram ousados: Tour Gastronômico pela Europa, Visita aos Vinhedos Argentinos, Chilenos e/ou Uruguaios...


Aterrissando e voltando à realidade, a Comissão Organizadora – formada por Caco/Ana, Oscar/Ângela e Cláudio/Rosane – resolveu propor um Fim de Semana no Vale dos Vinhedos. Agora, após a concretização, tenho certeza que foi a melhor escolha.



1. Entrada

No final da tarde de sexta-feira, dia 15/out, um alegre burburinho toma conta do estacionamento e da calçada da Tempo, onde se concentram os confrades e confreiras, aguardando o transporte. Mais ou menos no horário, embarcam Roberto/Fátima, Mário/Vera, Paulo Ricardo/Ilma, Luiz Antônio/Marilce, Fernando/Anelise, Ronaldo/Ângela, Caco/Ana, Cláudio/Rosane e Oscar/Ângela (César/Siloá seguem em viatura própria pois retornam mais cedo). Sobram assentos no ônibus, mas o porta-malas está abarrotado. Até parece que alguns vão esticar a estada na Serra...



 Como em toda excursão que se preze, tivemos uma instrutiva sessão de auto-apresentação, em que todos se surpreenderam com a extensa e nobilíssima relação de nomes e sobrenomes da Ilma. Na seqüência, a tradicional Gincana, com perguntas sobre a história da Confraria. Os mais esforçados e maiores acertadores das respostas são agraciados com personalíssimos prêmios adquiridos na requintada rede internacional de lojas Un et Quatre-vingt Dix-neuf (também conhecida popularmente por “1,99” – sei, perde um pouco na tradução...) Todos os ganhadores exibem, orgulhosos, seus utilíssimos prêmios – variando de um “coçador-de-costas-calçadeira” até um estonteante buquê de flores artificiais. Apenas uma das ganhadoras – por razões desconhecidas – negou-se a exibir ao grupo uma volumosa e sugestiva fruta de plástico, de forma cilíndrica, de cor amarela – cujo nome me escapa – aparentemente destinada apenas à inocente decoração do lar...

As brincadeiras só são interrompidas quando o Paulo Ricardo recebe uma mensagem de texto, vinda de Praga, pela qual os confrades Osvaldo/Maria Helena se juntam às comemorações da Confraria. Eles, de certa forma, estão concretizando os planos originais das comemorações, fazendo um périplo pela Europa. (Além deles, também Ilda e Luís Alexandre estão ausentes).

Assim, entre muitas risadas, sem perceber a passagem do tempo, já estamos em Garibaldi. Após uma sucessão de voltas pelo centro da urbe – que nos pareceu um city-tour – nosso valente motorista André estaciona e confessa não saber o nosso destino e, muito menos, como chegar até lá!!! Caco, imediatamente acionou o GPS pelo seu celular e passou a orientar a operação. Mas, o software não é muito preciso. Então, dê-lhe subir ruas, descer lombas, tomar à direita, virar à esquerda. E nada de encontrar o endereço. Por fim, apelou-se para o mais antigo e infalível método: pedir informações a um passante. Só mais duas ou três quadras e estamos em frente à Hostaria Casacurta. Ufa! César e Siloá – estafados e tontos – se juntam ao grupo e abrimos Espumantes, brindando, ainda a bordo, aos 10 anos, com exclusivos e tilintantes cálices de “cristal”. César, comme d’habitude, distribui generosa quantidade de comprimidos para dor de cabeça que os mais precavidos já ingerem, prevenindo possível ressaca matinal...



A Hostaria funciona no térreo do Hotel Casacurta, uma verdadeira instituição da cidade. Ele já tem mais de 100 anos de história – os 60 últimos no prédio atual. E continua sob o comando da mesma família Casacurta. A construção tem um estilo de castelo/mosteiro, muito semelhante ao Convento São Boaventura, em Daltro Filho – aqui perto (não me surpreenderia saber que ambos os projetos saíram da mesma prancheta). Bonito e imponente.


 Adentramos o restaurante, onde uma longa e bem-posta mesa já nos aguardava (há 1 mês, segundo Ângela...) O ambiente aconchegante e plácido se transformou com a nossa chegada, espantando – literalmente - os esparsos clientes daquele horário temprano. A balbúrdia se instalou e só foi reduzida a níveis civilizados com a chegada dos primeiros pratos. Mas, antes disso, Anelise propôs um brinde, sugerindo que elevássemos os cálices. A singela palavra eleva acionou um desconhecido mecanismo criativo (quem sabe, embalado pelo medicamento fornecido há pouco) no Luiz Antônio, fazendo nascer naquele instante, de forma espontânea, o bordão do fim de semana: E-le-va, E-le-va. Eleva, Eleva, Eleva. Repetido em coro, ecoou pelos vetustos corredores do Hotel, fazendo tremer levemente os alicerces fincados na rocha.

O menu, executado com profissionalismo, abriu com Salada do Chef (alface, rúcula, queijo de cabra e croutons), havendo opção para Sopa de Cebola. Seguiu-se um surpreendente Tagliatelle de Vitela, com molho de tomate e vinho. O prato principal variou entre um Filé ao Molho de Fines Herbes acompanhado de Risoto de Brócolis, ou Frango Garibaldi (com molho de curry, espumante e creme de leite). Ambos, saborosos. Tudo foi tão bom e farto que a sobremesa passou quase desapercebida. Até porque, se trata de uma prosaica fatia de Cassata com amêndoas lascadas (normal). No horário da prorrogação o belo jardim em frente à Hostaria serviu de refúgio para os fumantes e pausa no alarido constante do interior...

Antes das 23h prosseguimos nossa viagem. Até o acesso da Rodovia do Vinho, pouco antes de Bento Gonçalves, nosso motorista estava bem orientado (descontando a teimosia em não reduzir a marcha nas subidas, ocasionando um tremor lúbrico na viatura). Mas, pouco depois, parou no acostamento e – dentro da solidão da noite escura – perguntou, cândidamente, o nome do Hotel onde nos hospedaríamos... Oscar, familiarizado com a região, assumiu o posto de co-piloto. Com melhor desempenho, desta vez.

(Segue no próximo post)

Fotos: Cláudio

Um comentário:

angela snel disse...

Cláudio, adorei o primeiro capítulo de: Comemorando 10 Anos, no estilo "vale a pena ver de novo..."
Este confrade é demais... Parabéns, está super bom de ler.
Abraço