22 outubro 2010

COMEMORANDO 10 ANOS (3)

Aqui o final da reportagem do Cláudio sobre o festivo fim de semana de comemorações dos 10 anos da Confraria. Aguarda-se outras contribuições.


3. Sobremesa


Às 21h da agradável noite de sábado, os confrades engalanados tomam assento ao redor de 2 mesas do Leopoldina Restaurante, no Hotel Vila Europa, para o solene jantar dos 10 anos. O ambiente está à altura do acontecimento. As mesas estão corretamente decoradas, com pequenos arranjos florais e velas, taças e talheres adequados, guardanapos de pano, cadeiras de espaldar alto e descanso para os braços, luz-ambiente suave, piano tocando maviosamente. Perfeito. O salão está quase cheio e todos os comensais serenamente conversando, em tom urbano (bem diferente do ruidoso Casacurta de ontem), o que inibe, também, eventuais alaridos da nossa parte...

O serviço está de acordo com a classe geral do lugar. E a cozinha, também. O cardápio, previamente eleito pela Comissão Organizadora, começa com uma Salada de Frutos do Mar, correta. Seguiu o Filé Recheado com Camembert, Molho de Funghi e Batata Gratinada. Faz sucesso. E, como sobremesa, Tartelete de Amêndoas. Deliciosa. Para acompanhar, a maioria optou pela fórmula da casa: vinhos da linha Reserva, da Miolo, à vontade, a preço fixo. Excelente relação custo/benefício.





Neste clima o jantar se estende, sem pressa. Atendendo nossos insistentes pedidos, o Sommelier do Hotel, de nome Antônio, concorda em nos mostrar a legendária adega do estabelecimento, seguramente uma das mais bem fornidas de todo o Estado. Em ambiente absolutamente controlado são estocados mais de 1.000 rótulos, do mundo todo. Abriga algumas preciosidades, como um Cheval Blanc (avaliado em R$ 7.000,00) e um Château d’Iquem. Somente para os nossos olhos...

Encerrada a visita à Adega, nos dirigimos ao terraço, no 6º andar. Alguns para fumar, outros para tirar fotos pretensamente sensuais. Aí, sim, o comportamento contido ostentado durante o jantar deu lugar a uma algazarra generalizada. Tudo liberado!

Com o início do horário de verão, quando nos recolhemos aos aposentos já passava longe das 2h.

O domingo começou devagar, como esperado. Alguns quase perderam o horário do café. Depois, só sobrou tempo para fazer o check-out, tirar fotos e embarcar. No início da tarde todos estamos de volta ao lar. Mas, como foi dito pelo Mário no início da viagem, este fim de semana ficará gravado em nossas memórias. Reforçamos, não apenas nosso interesse comum pela gastronomia, mas, sobretudo, os laços afetivos.
   Foto: César

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Fotos: Cláudio

21 outubro 2010

COMEMORANDO 10 ANOS (2)

Continua a Reportagem do Cláudio sobre o fim de semana no Vale dos Vinhedos.


2. Prato Principal


Nossa entrada no Hotel Vila Europa, mais conhecido como Spa do Vinho, foi tranqüila, apesar do adiantado da hora. Enquanto o pessoal da recepção ordenava nossas chaves, nos esparramamos pelo espaçoso-confortável-elegante lobby, bebericando o espumante, que nos foi servido como cortesia. Subindo ao apartamento, fico muito bem impressionado com o conforto geral do mesmo e as amabilidades espalhadas pelo aposento, traduzidas em bom-bons, brioches e flores frescas.

Mas, depois de um dia cheio, o melhor é descansar.



Com dia claro, abro as cortinas do imenso janelão, desfrutando uma paisagem incrívelmente bonita. Aos nossos pés estendem-se vinhedos a perder de vista, caprichosamente alinhados e exuberantes na sua verde brotação primaveril. Logo em frente, do outro lado da Estrada, as soberbas instalações da Vinícola Miolo, cuja arquitetura e coloração nos remetem à Toscana. À direita no horizonte, se divisa o skyline da cidade de Bento Gonçalves no meio da bruma e, pouco abaixo, a imponente Casa Valduga. Contemplo longamente o cenário, transportando-me para outros tempos e lugares distantes.

Vamos ao café da manhã. A maioria dos confrades já está confortavelmente instalada no local, que também funciona como salão do Restaurante Leopoldina. Finamente decorado, com mesas de vários tamanhos e belas cadeiras de estilo, estofadas. Não existe buffet: tudo é servido na própria mesa, em sucessivos carrinhos manobrados pelos atendentes, proporcionando maior conforto ao vivente. E tudo é extremamente saboroso, desde os iogurtes especiais da Casa da Ovelha, até os Croissants e brioches. Sem pressa, acabamos ultrapassando o horário marcado (10h) para a caminhada, sendo admoestados por Mário e Vera...

Enfim, às 10h30min quase todos se encontram no saguão para o início da caminhada (menos Fernando/Anelise, que ficaram se repoltreando nas benesses do Spa e Mário/Vera, impacientes, que já haviam seguido o rumo do seu próprio coração). Mas, começa uma chuvinha mansa. Aguardamos a estiagem e nos largamos, descendo a alameda de acesso do Hotel. Com muitas paradas para fotos e admiração das rosas plantadas nas cabeceiras dos vinhedos, alcançamos a Vinícola Miolo. Logo na entrada, à esquerda do solene pórtico, existe uma pequena plantação de videiras, com amostras das dezenas de variedades cultivadas pela vinícola. Cada variedade devidamente identificada, dando a conhecer “marcas” populares como Merlot, e Cabernet e outras menos conhecidas, como Touriga e Petit Verdot. Ladeando a plantação, os indefectíveis pés de plátano, característicos de todos os vinhedos desta região, completam a amostra. Duas preclaras confreiras da nossa comitiva (não revelo os nomes, mas posso dizer que ostentam cabelo escuro) ficaram intrigadas por não haver identificação nestas “videiras” maiores e perguntaram ao Oscar – nosso enólogo de plantão – se seriam as “videiras-mãe” ... (Cai o pano, rápido!)


Circulamos pelas bem cuidadas ruelas internas, bosques e jardins da Miolo e seguimos até o final da propriedade, onde encontramos a antiga Osteria Mamma Miolo, único ponto ainda reconhecível nas minhas memórias de 10 anos atrás. Toda esta região sofreu uma transformação enorme – para melhor – neste tempo. Não canso de observar o capricho, a limpeza e a beleza de todos os recantos percorridos.
Como se aproxima o meio-dia, retornamos ao Hotel, onde reencontramos Mário/Vera – exaustos da extensa caminhada que empreenderam sozinhos pela região – e Fernando/Anelise, frescamente rejuvenescidos, graças aos tratamentos milagrosos do Spa. Nos aboletamos todos no ônibus. Desta vez, em dia claro e com a orientação segura do Oscar, chegamos sem maiores sobressaltos à Casa Valduga, lugar do nosso almoço.

A Valduga talvez seja a responsável maior pela projeção alcançada pelo Vale dos Vinhedos. Foi a primeira a produzir um vinho que hoje seria chamado de “butique”, numa época em que o conceito sequer existia. E, também parece ter sido a pioneira em proporcionar um programa eno-gastronômico regular para visitantes. Hoje possui uma infra-estrutura exemplar de recepção turística, contando com pousada, restaurantes de vários tamanhos e um belo varejo. Observa-se o mesmo capricho, limpeza e cuidado encontrados na Miolo.


Nossa mesa já está preparada no ambiente chamado de “Cantina”, que eu conhecia do tempo em que o piso era de chão batido e os assentos se resumiam a longos (e duros) bancos de madeira. Hoje conserva o encanto original, com as pipas ao longo das paredes, mas com muito mais conforto e charme. De pronto é servido um cálice do delicioso espumante rosé “Blush” para “abrir os trabalhos”. Em seguida começa o desfile de iguarias tradicionais da culinária colonial italiana. Destaque para a Sopa de Capeletti, salada de Radicci, massas e carnes assadas (inclusive Vitela). Tudo saboroso e farto, como convém. Acompanhado de um excelente, perfumado e fresco Gewurtzraminer e um inédito Marselan, escolhidos cuidadosamente pelos nossos consultores-enófilos Fernando/Oscar/Roberto, após exaustivas análises da extensa carta de vinhos e apaixonadas deliberações. Um banquete!

Restaurados e felizes, fazemos um recorrido pelas instalações da vinícola, com visita – é claro! – ao varejo. Retornando ao Hotel, o resto da tarde livre é aproveitado de acordo com a disposição individual. Alguns (a maioria) prosseguem no repouso iniciado a bordo, outras se refestelam nos serviços besuntados do Spa (incitadas pelos bons resultados exibidos pelos freqüentadores matinais). Roberto, Rosane e eu vamos à Miolo fazer a “degustação Vip” oferecida pelo Hotel. Nos agregamos a um grupo de turistas vindos predominantemente de Goiás e fazemos um recorrido interno pelas instalações, acompanhados de um lacônico guia. O tour encerra com uma degustação orientada, no Centro de Visitantes. São oferecidos 4 (no total!) comedidos goles de 2 vinhos tintos (regulares) e 2 espumantes, sendo o último, demi-sec, acompanhado de uma prosaica bolachinha... Tudo à venda no varejo, ao lado. Tudo bem turistiquinho... Do festejado Lote 43 e do premiado Sesmarias (vendido a R$ 270,00!!!), nem o cheiro. Melhor, nem o bouquet...
De banho tomado, o time masculino da Confraria se rejunta às 20h numa bem aparelhada sala, dentro da Adega do Hotel. Um jovem enólogo da Vinícola Pizzato apresenta os produtos desta pequena e recente empresa, localizada bem próximo. Já possui um vinho fartamente premiado, de nome DNA 99, da variedade Merlot, que é louvado pelo enólogo. Mas, provar que é bom... Serviu-nos o Chardonnay/2009, de rótulo bonito e sabor, nem tanto. Depois o Merlot/2006, um pouco agressivo e adstringente. E, por fim, o Espumante/Champegnoise. Excelente.

Com este belo prelúdio, estamos prontos para a programação noturna.

(Segue no próximo Post)
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Fotos: Cláudio

19 outubro 2010

COMEMORANDO 10 ANOS

Iniciamos hoje a publicação do Relato das comemorações de 10 anos, na visão do Cláudio. Outros relatos serão bem acolhidos e publicados na sequência, mostrando a impressão particular dos participantes.


Vale dos Vinhedos


(15 a 17/out/2010)


Há 1 ano, quando se começou a planejar as comemorações do primeiro decênio da Confraria Amigos da Panela, os projetos foram ousados: Tour Gastronômico pela Europa, Visita aos Vinhedos Argentinos, Chilenos e/ou Uruguaios...


Aterrissando e voltando à realidade, a Comissão Organizadora – formada por Caco/Ana, Oscar/Ângela e Cláudio/Rosane – resolveu propor um Fim de Semana no Vale dos Vinhedos. Agora, após a concretização, tenho certeza que foi a melhor escolha.



1. Entrada

No final da tarde de sexta-feira, dia 15/out, um alegre burburinho toma conta do estacionamento e da calçada da Tempo, onde se concentram os confrades e confreiras, aguardando o transporte. Mais ou menos no horário, embarcam Roberto/Fátima, Mário/Vera, Paulo Ricardo/Ilma, Luiz Antônio/Marilce, Fernando/Anelise, Ronaldo/Ângela, Caco/Ana, Cláudio/Rosane e Oscar/Ângela (César/Siloá seguem em viatura própria pois retornam mais cedo). Sobram assentos no ônibus, mas o porta-malas está abarrotado. Até parece que alguns vão esticar a estada na Serra...



 Como em toda excursão que se preze, tivemos uma instrutiva sessão de auto-apresentação, em que todos se surpreenderam com a extensa e nobilíssima relação de nomes e sobrenomes da Ilma. Na seqüência, a tradicional Gincana, com perguntas sobre a história da Confraria. Os mais esforçados e maiores acertadores das respostas são agraciados com personalíssimos prêmios adquiridos na requintada rede internacional de lojas Un et Quatre-vingt Dix-neuf (também conhecida popularmente por “1,99” – sei, perde um pouco na tradução...) Todos os ganhadores exibem, orgulhosos, seus utilíssimos prêmios – variando de um “coçador-de-costas-calçadeira” até um estonteante buquê de flores artificiais. Apenas uma das ganhadoras – por razões desconhecidas – negou-se a exibir ao grupo uma volumosa e sugestiva fruta de plástico, de forma cilíndrica, de cor amarela – cujo nome me escapa – aparentemente destinada apenas à inocente decoração do lar...

As brincadeiras só são interrompidas quando o Paulo Ricardo recebe uma mensagem de texto, vinda de Praga, pela qual os confrades Osvaldo/Maria Helena se juntam às comemorações da Confraria. Eles, de certa forma, estão concretizando os planos originais das comemorações, fazendo um périplo pela Europa. (Além deles, também Ilda e Luís Alexandre estão ausentes).

Assim, entre muitas risadas, sem perceber a passagem do tempo, já estamos em Garibaldi. Após uma sucessão de voltas pelo centro da urbe – que nos pareceu um city-tour – nosso valente motorista André estaciona e confessa não saber o nosso destino e, muito menos, como chegar até lá!!! Caco, imediatamente acionou o GPS pelo seu celular e passou a orientar a operação. Mas, o software não é muito preciso. Então, dê-lhe subir ruas, descer lombas, tomar à direita, virar à esquerda. E nada de encontrar o endereço. Por fim, apelou-se para o mais antigo e infalível método: pedir informações a um passante. Só mais duas ou três quadras e estamos em frente à Hostaria Casacurta. Ufa! César e Siloá – estafados e tontos – se juntam ao grupo e abrimos Espumantes, brindando, ainda a bordo, aos 10 anos, com exclusivos e tilintantes cálices de “cristal”. César, comme d’habitude, distribui generosa quantidade de comprimidos para dor de cabeça que os mais precavidos já ingerem, prevenindo possível ressaca matinal...



A Hostaria funciona no térreo do Hotel Casacurta, uma verdadeira instituição da cidade. Ele já tem mais de 100 anos de história – os 60 últimos no prédio atual. E continua sob o comando da mesma família Casacurta. A construção tem um estilo de castelo/mosteiro, muito semelhante ao Convento São Boaventura, em Daltro Filho – aqui perto (não me surpreenderia saber que ambos os projetos saíram da mesma prancheta). Bonito e imponente.


 Adentramos o restaurante, onde uma longa e bem-posta mesa já nos aguardava (há 1 mês, segundo Ângela...) O ambiente aconchegante e plácido se transformou com a nossa chegada, espantando – literalmente - os esparsos clientes daquele horário temprano. A balbúrdia se instalou e só foi reduzida a níveis civilizados com a chegada dos primeiros pratos. Mas, antes disso, Anelise propôs um brinde, sugerindo que elevássemos os cálices. A singela palavra eleva acionou um desconhecido mecanismo criativo (quem sabe, embalado pelo medicamento fornecido há pouco) no Luiz Antônio, fazendo nascer naquele instante, de forma espontânea, o bordão do fim de semana: E-le-va, E-le-va. Eleva, Eleva, Eleva. Repetido em coro, ecoou pelos vetustos corredores do Hotel, fazendo tremer levemente os alicerces fincados na rocha.

O menu, executado com profissionalismo, abriu com Salada do Chef (alface, rúcula, queijo de cabra e croutons), havendo opção para Sopa de Cebola. Seguiu-se um surpreendente Tagliatelle de Vitela, com molho de tomate e vinho. O prato principal variou entre um Filé ao Molho de Fines Herbes acompanhado de Risoto de Brócolis, ou Frango Garibaldi (com molho de curry, espumante e creme de leite). Ambos, saborosos. Tudo foi tão bom e farto que a sobremesa passou quase desapercebida. Até porque, se trata de uma prosaica fatia de Cassata com amêndoas lascadas (normal). No horário da prorrogação o belo jardim em frente à Hostaria serviu de refúgio para os fumantes e pausa no alarido constante do interior...

Antes das 23h prosseguimos nossa viagem. Até o acesso da Rodovia do Vinho, pouco antes de Bento Gonçalves, nosso motorista estava bem orientado (descontando a teimosia em não reduzir a marcha nas subidas, ocasionando um tremor lúbrico na viatura). Mas, pouco depois, parou no acostamento e – dentro da solidão da noite escura – perguntou, cândidamente, o nome do Hotel onde nos hospedaríamos... Oscar, familiarizado com a região, assumiu o posto de co-piloto. Com melhor desempenho, desta vez.

(Segue no próximo post)

Fotos: Cláudio

17 outubro 2010

HÁ 10 ANOS!

Exatamente há 10 anos, no dia 17 de outubro de 2000, reunia-se pela primeira vez, neste cenário despojado, o grupo que viria a formar a nossa preciosa Confraria Amigos da Panela.
Compartilhando sal & pimentas, azeites e - às vezes - vinagres, doçuras e gostos picantes, ardentes ou gelados, nós amigos, acolherados por Oscar e Ângela, hoje continuamos saboreando juntos a amizade cozinhada  doucement ao longo destes anos.


Para marcar esta data, desfrutamos um fim de semana inesquecível, descobrindo ou relembrando lugares mágicos entre videiras e vinhos, que acabaram por resumir estes 10 anos de intenso convívio e saudável alegria. Parabéns para nós, "nesta data querida".


Breve, aqui, relato completo do saborosíssimo fim de semana, com todos os detalhes (a menos que eu acabe dissuadido, seja por suborno substancial ou ameaças persuasivas...)

(Para ampliar as imagens, clique em cima da foto)

13 outubro 2010

CONTAGEM REGRESSIVA

As comemorações pelos 10 anos da Confraria estão batendo à porta. Ontem à noite aconteceu a última reunião preparatória dos organizadores, chez Snel. Foram definidos os detalhes da programação e as surpresas reservadas para os confrades. A "largada"será às 17h30min, em frente à Tempo. UHUUU!!!